CRÍTICAS, ANÁLISES, IDÉIAS E FILOSOFIAS EM GERAL A RESPEITO DE FILMES DE HORROR DE TODAS AS ÉPOCAS, NACIONALIDADES E ESTILOS, E MUITAS OUTRAS COISAS RELACIONADAS AO GÊNERO

sexta-feira, 21 de maio de 2010

EXCLUSIVO! Cursos de cinema de horror e ficção científica

   Nos últimos dois anos, em meio a tantos outros projetos, tenho me dedicado a organizar e ministrar cursos sobre cinema de horror, atividade que se revelou muito prazerosa, ao mesmo tempo em que tem sido um grande desafio, pois tenho me empenhado ao máximo para que esses cursos tenham o melhor nível possível. O projeto começou com a criação dos cursos A História do Cinema de Horror e O Cinema de Alfred Hitchcock, ambos apresentados em Fortaleza em agosto de 2008. O sucesso dos cursos resultou no convite para participar do Fantaspoa, o Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre, onde apresentei novamente o curso com a história do cinema de horror, além de fazer parte do júri da mostra competitiva do festival e comandar um debate sobre o cinema fantástico francês (afinal, 2009 foi “o ano da França no Brasil”).
   O convite para participar do Fantaspoa se repetiu este ano, e no momento estou em fase de desenvolvimento de dois mini-cursos para serem ministrados durante o festival: O Horror no Cinema Brasileiro e Ficção Científica da Década de 1950. O primeiro tem como base a pesquisa que tenho realizado há alguns anos e que resultou na mostra de mesmo nome que foi apresentada em Brasília e Rio de Janeiro. O conteúdo apresentado no curso acrescenta cerca de 50 filmes aos mais de 140 documentados no livro-catálogo da mostra do CCBB. O curso sobre a ficção científica clássica tem como tema “temor da bomba atômica e horrores da era nuclear” e tem sido tratado, além de um panorama da gênese do gênero nas telas de cinema, como um complemento do curso sobre o cinema de horror, pois a ficção científica invadiu o cinema dos anos 50 propondo uma transformação na fórmula dos filmes de horror, devidamente adequada à nova realidade. Algo do tipo como aprendi a começar a me preocupar e a temer a bomba, só para fazer uma brincadeira com a comédia Dr. Fantástico, de Stanley Kubrick.
   As ementas dos quatro cursos, com resumo da proposta e listas dos tópicos abordados em cada um, encontram-se na coluna à direita. Tenho muita vontade de levar esses cursos a quaisquer lugares interessados em debater esses temas deliciosos, portanto gostaria de receber propostas de pessoas dispostas a organizar eventos em escolas, cineclubes, centros culturais ou qualquer empreendimento independente que seja voltado à discussão intelectual, à difusão cultural ou ao simples prazer de falar sobre cinema, essa paixão de todos nós.

32 comentários:

  1. Aquela imagem representa como você vê seus pupilos?

    só zuando...
    Parabéns pelos cursos, tomara q apareçam mtas propostas, dinheiro é bom!

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  2. A imagem é só ilustrativa mesmo, pois acho muito chato postagens sem imagem... Normalmente acho os 'aluninhos' menos assustadores do que isso, mas é sempre bom estar preparado! ;)

    Wesley, já recebeu seu MANGUE NEGRO? Mandei na quarta-feira passada, dia 12. Já era para ter chegado, não?

    Grande abraço!

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  3. Muito legal a proposta de seus cursos, e vejo que seu trabalho (duro) é compensado pelo enriquecimento que tais cursos proporcionam, o que é ótimo. Tive uma experiência semelhante (dentro do universo acadêmico, bem mais restrito) desde o segundo semestre de 2009, ministrando primeiro um curso sobre literatura fantástica e, agora, outro sobre o apocalipse (desde aquele, bíblico) em literatura. O foco estava em produções de literatura, o que não quer dizer que as aulas não avançassem em questões cinemáticas (uma vez que a literatura do século XX em diante possui fortes ressonâncias do cinema e vice-versa). A experiência, em meu caso, também foi deliciosa, mas achei curiosa a falta de espaço para iniciativas educacionais desse tipo em nosso país.Há ótimos festivais, mas pouco mais que isso... E muitos desses festivais são apenas vitrines de produtoras/distribuidoras de filmes e DVDs, com limitado espaço de discussão. Daí a estranha defasagem que ocorre na própria imprensa especializada e no campo de pesquisa universitária, esses dois lados que, no caso da história e da crítica de cinema, devem cruzar seus caminhos com frequência.

    Nesse sentido,não seria possível publicar seus cursos em forma de livro (ao menos, de website subsidiado por alguma curadoria de festivais)? Acho que seria uma boa forma de divulgar o trabalho e atingir um público ainda mais amplo. Temos de imaginar formas de agregar em um todo consistente todas essas ótimas experiências que trazem para o debate (público e amplo) o cinema brasileiro, de terror e como arte universal.

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  4. Alcebiades, como sempre, suas palavras são gentis e animadoras. ;) De minha parte, posso afirmar que tive um imenso enriquecimento intelectual no processo de elaboração desses cursos, o que já foi uma grande evolução. Achei interessantíssimas as propostas dos seus cursos também, e fiquei imaginando como seria apresentar todos esses cursos juntos, numa "universidade do horror" (um projeto que comecei a cogitar no início de 2010...).

    A idéia de disponibilizar as apostilas já me ocorreu; a questão é que eu gostaria de levar esses cursos a outras cidades, e temo que as pessoas se satisfaçam em baixar esse material e ignorem o curso. O ideal seria encontrar um parceiro que estivesse disposto a combinar todas essas mídias, criar um "centro de estudo" desses temas sombrios, e aí sim poderíamos reunir todos que tiverem interesse de participar. Como comentei acima, essa idéia me ocorreu há alguns meses, eu cheguei a desenvolvê-la até certo ponto, mas falta alguém que dê um suporte a isso tudo. Até que isso se realize, quero pelo menos ter o prazer de encontrar pelo caminho pessoas que queiram debater sobre cinema de horror!

    Abração!

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  5. O curso de Fortaleza foi frequentado por um crítico de cinema de um jornal cearense. Foi ótimo, porque ele não era especializado em horror e foi ao curso justamente para conhecer melhor o gênero e poder escrever críticas sobre filmes de horror com mais conhecimento de causa. Seria ótimo se esse comportamento fosse um padrão entre nossos críticos, não é mesmo?

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  6. Taquepariu! Seria muito legal um Centro de Estudo de Horror e Fantasia. Como você mesmo citou acima nem todos os jornalistas, mesmo quando críticos de cinema não se aprofunam em todos os estilos de filmes ou outras mideas relativas a este estilo.
    Tem muito "jornalista" que deveria fazer esses cursos.. Até alguns que confundem o Ozzy com Dio...
    Abraço e o sucesso de sempre nesta nova empreeitada! Marcone

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  7. O horror, em geral, deveria ser matéria obrigatória nos colégios, e com carga horária pesada e massacrante, hehehe! Imaginem botar a molecada pra ler Poe e Lovecraft, ao lado de Monteiro Lobato! Quando eu estava na escola, os professores botavam a gente pra ler O ESCARAVELHO DO DIABO e outros títulos semelhantes.

    Carlos, você escreve contos também?

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  8. Esqueci de perguntar: há muita procura pelo curso? Pergunto porque o horror ainda é visto como coisa de maluco por muitos... Acho que até no cinema, é considerado um gênero menor, o que é injusto.
    Lá fora, existem cursos como o seu?

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  9. Nossa, eu também li O ESCARAVELHO DO DIABO! Comecei a ler contos e romances de horror e suspense aos 10 anos, quando comprei uma edição de HISTÓRIAS EXTRAORDINÁRIAS na banca e me apaixonei por Edgar Allan Poe. A seguir, mergulhei de cabeça em Arthur Conan Doyle. Quando cheguei no ano escolar de começar a ler livros, a professora obrigou a lermos O MISTÉRIO DA BONECA, e eu fiquei furioso, pois estava lendo O ILUMINADO, do Stephen King, e não queria ler livro infanto-juvenil! Não consegui convencê-la a me deixar ler Stephen King no lugar, mas acabei gostando de O MISTÉRIO DA BONECA, que era a história de uns ladrões de jóias que escondiam o produto do roubo na boneca de uma menina.

    Corbis, por enquanto os cursos são "sasonais", ou seja, eles acontecem apenas no mês do Fantaspoa, mas a procura é bem significativa. Eu precisava me organizar melhor e passar a procurar instituições interessadas nesse tipo de evento, pois mesmo que exista preconceito em relação a horror (e gêneros em geral), pelo menos Hitchcock é algo incontestável! E, sem falsa modéstia, o curso do Hitch está ótimo, pois esse é o tema que mais conheço!

    E reitero a proposta: podem organizar um evento na sua cidade e me chama para apresentar um desses cursos! ;)

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  10. Carlos, gostaria de dizer que vou fazer propaganda do seu novo curso aqui no Ceará, pois houve grande interesse na época em que você ministrou os cursos anteriores. Só não estou postando sempre pois, estou estudando para entrar na Federal daqui na área de cinema gostaria de dividir algumas ídeias sobre o universo do horror, pois estou esboçando alguns rascunhos dentro do gênero aqui no Brasil.

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  11. Uma vez, durante uma palestra que fiz num cinema de minha cidade sobre cinema de western, alguém me perguntou se eu gostava de cinema de horror. Eu respondi que me considerava um arquivo vivo sobre o tema, devido às minhas extensas pesquisas e aos filmes que assistia inclusive usando uma carteirinha falsa, prá poder ver obras como O EXORCISTA, por exemplo. Gibis, series de Tv, tudo eu devorava e guardo itens raríssimos até hoje. Porém, quando frequentei seu Curso em Fortaleza em 2008, tive duas satisfações: a constatação da sua vasta experiência, a que eu só tinha conhecimento através dos textos que você publicou em várias revistas e o prazer da sua amizade, que conservo até hoje, através dos nossos hobbies "macabros", e afinidade pessoal. Hoje, sempre que me convidam para falar sobre o assunto [Acho que vou passar a cobrar por isso, rsrsrs] seu nome é algo que não deixo de citar, pois, a despeito de ter vontade de publicar uma enciclopédia, você já é uma, Carlos.

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  12. Pô Primati, assim que tiver uma oportunidade pretendo fazer este curso contigo. Sempre rola uns eventos fantásticos aqui em Sampa e seria uma boa não acha? ;)

    O Cayman comentou algo acima que me leva a perguntar, quais os problemas para a tal publicação da enciclopédia do horror? Além dos óbvios ($$$), é claro. Algum tempo atrás rolou vários "almanaques" de séries, novelas, desenhos animados e etc. Não seria uma boa tentar algo neste formato? Não acredito que não vendesse, então só posso citar o preconceito das editoras como outro obstáculo.

    Abraço!

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  13. Poxa, que palavras amáveis do Cayman! :)

    Devo dizer que grande parte do que aprendi se deve ao fato de eu saber ouvir e ter uma ânsia incontrolável de ler cada vez mais sobre os temas que me interessam. Aprendi muito conversas longas com meus amigos Jaime, Cid e Cayman, para citar alguns, e tudo que ouço, anoto e vou pesquisar a fundo, pois o conhecimento é algo que nunca é demais. A experiência com este blog também está sendo enriquecedora, com os comentários sempre pontuais de muitos dos visitantes.

    Rodrigo, eu tenho há alguns anos uma enciclopédia sobre filmes de horror quase finalizada, mas esse "quase" é que complica. Eu faço questão de resenhar pelo menos 3 mil filmes de horror, de todas as épocas, de todas as procedências, lançados ou não no Brasil. Isso é o menor dos problemas; tenho filmes suficientes no meu acervo, e acredito que praticamente nenhum filme é inacessível dentro desse universo de 3 mil títulos essenciais. Já tenho cerca de 2300 resenhas prontas, mas o problema é ter tempo para fazer essas 700 restantes!

    Eu cheguei a montar uma equipe para colaborar com resenhas, mas as pessoas logo se desestimulam, acham que não vai em nada, e o encantamento e empolgação inicial logo desaparecem, aí eu percebo que estou sozinho nessa barca. Seria perfeito poder "recrutar" colaboradores aqui no blog e botar logo isso no mercado; pode ser uma idéia, mas será que todo mundo vai carregar adiante essa idéia até fazê-la vingar? Por pura falta de tempo, não tenho visto esses filmes que seriam essenciais para a enciclopédia, então ela acaba ficando quase esquecida, infelizmente.

    Concluindo, acho que com uma publicação de excelente nível, encontrar uma editora interessada talvez seja o menor dos problemas.

    Grande abraço!

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  14. Você sempre soube que pode contar comigo para a enciclopédia. Podemos combinar. Tanto é do seu interesse quanto do nosso, e quando falo assim, me refiro a todos os que gostam do tema dentro e fora do blog. Não há, em nosso país, nada publicado assim. Projetos como o seu e o meu da graphic novel, precisam de uma mãozinha [parecida com a dos Addams, ahahaha] de vez em quando, além da loucura pessoal e do empenho ao qual nos agarramos para concluir a tarefa.

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  15. "Só" faltam 700 filmes?!?! Eu acho que não vi 700 filmes ainda!!! Você é doido! No melhor sentido da palavra! :)

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  16. CARLOS, JÁ DISSE NO E-MAIL QUE TE ENVIEI E DIGO AQUI OUTRA VEZ PARA SEUS LEITORES E AMIGOS LEREM E VÃO CONCORDAR COMIGO DE CERTEZA-UM GENIO COM SEU TALENTO INDISCUTÍVEL, NÃO PODE ALÇAR UM VÔO MUITO ALTO MORANDO NUMA CIDADE DO INTERIOR.
    SÃO PAULO, É O BRASIL, É ONDE TUDO ACONTECE. PARA SEU VALOR E VOCÊ MESMO SER CONHECIDO E RECONHECIDO A NÍVEL NACIONAL E MESMO INTERNACIONAL, VOCÊ TEM QUE VIR MORAR AQUI EM SÃO PAULO, ONDE UM LEQUE IMENSO DE OPORTUNIDADES DE TRABALHO SE ABRIRÃO PAULATINAMENTE OU RÁPIDAMENTE DEPENDENDO DA SORTE, E DAS PESSOAS ENVOLVIDAS EM TE AJUDAR COM OS CONHECIMENTOS CERTOS, EM REDAÇÕES DE JORNAIS, EDITORAS, TEATRO ETC.
    SÃO PAULO TE ESPERA DE BRAÇOS ABERTOS. UM TALENTO COMO O SEU, QUE É SIMPLESMENTE UM DIAMANTE JÁ LAPIDADO, NÃO PODE FICAR RESTRITO A UMA CIDADEZINHA COMO JUNDIAÍ. E AQUI ESTOU EU PARA LHE AJUDAR NO QUE FOR POSSÍVEL E É CLARO NOS ALMOÇOS E JANTARES 'FREE' A QUALQUER DIA DA SEMANA AQUI EM CASA. SÓ ISSO JÁ VALE ALGUMA COISA. AQUI EM CASA VOCE VAI SE ENCONTRAR COM VICTOR WAGNER, CASTOR GUERRA, DENIS DERKIAN, MARCIA REAL, SALOMÉ PARISIO, JUCA DE OLIVEIRA,LOLITA RODRIGUES, JORGE DANEL, HILTON VIANA E OUTROS ARTISTAS E INTELECTUAIS CUJA AMIZADE É SEMPRE INTERESSANTE, ALÉM DO CONHECIMENTO COM OUTRAS PESSOAS IMPORTANTES QUE DAÍ PODEM VIR.
    ABRAÇO DO AMIGO E INCENTIVADOR JAIME PALHINHA

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  17. eu assisti ao curso de História do Cinema de Horror em Porto Alegre, em 2009, e posso atestar que é excelente! adorei e recomendo!

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  18. Carlos pode contar comigo também, farei o possivel para colaborar com resenhas, pesquisas e qualquer outra forma de conseguir com que essa enciclopédia seja de referência aqui no Brasil. Ah! tem mais, gostaria de ter uma lista de seus filmes revistas etc, para poder garimpar material novo ou mesmo antigo.Estou pedindo isso humildemente, assim como peço do Cayman, Jayme Padilha dentre outras pessoas para que você possa agilizar suas resenhas de inacreditáveis 700 filmes!!!!!!!.
    Reitero o pedido do Jaime Padilha para sua mudança de Jundiaí para SP, simplesmente por ser o local mais do que ideal para a enciclopédia. Estou estimulado vendo que agora o projeto começa "A Renascer do Inferno" em forma de suor, neurônios, bytes e conversas nessa sociedade secreta de bruxos do horror!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    PS: Meu PC tá super turbinado!!! então, Carlos, caso seja possivel, e de sua vontade claro, pode mandar material à vontade e farei o mesmo também.

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  19. Nossa, como vc é querido! ótimo isso.
    Não conheço Jundiaí, ms sem dúvida em sampa vc vai ser dar mto bem!

    Sobre o dvd chegou sim!:D Fiquei surpreso c/ a qualidade deste lançamento, nunca tinha visto nada igual em lançamento de um longa brasileiro; a luva, os cards (adorei a foto da criança zumbi), o dvd duplo com comentários em audio, o encarte com o teu texto, dolby digital 5.1 EX, Dts 6.1

    Um luxo! Nem sei q quem dar o parabéns a isso tudo! Vc deve manter contato com o Rodrigo Aragão, dê os parabéns a ele por mim!

    Curti a produção do filme, ms o roteiro deveria ter sido trabalhado mais, sem dúvida houve um pecado nesse quesito.

    sobre a enciclopédia, eu adoraria participar, ms não vejo como, moro em Juiz de Fora, como faria para ver os filmes que vc tem?

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  20. Pois é Wesley! O DVD é incrível! Deixa no chinelo muitos das "majors" que saem por aqui. Impecável!

    Realmente faltou uma edição mais ágil no filme. Acho que devido a todos os perrengues e ao investimento do Rodrigo no filme, tudo que foi filmado acabou entrando na edição final o que deixa o filme meio truncado em alguns pedaços. Faltou abrir mão de alguma coisinha pra deixar ele mais fluído. Mas não sei se isso seria na fase do roteiro ou edição. Tenho impressão que daria pra arrumar na edição.

    Mas não tira o mérito do filme, que é divertido pra caramba!

    Primati, estava discutindo este tema na comunidade do Boca do Inferno algum tempo atrás sobre o que é ou não "terror". Muitos acabam abrindo demais o leque com qualquer suspense e outros acabam fechando demais com filmes envolvendo sobrenatural... Queria saber a sua opinião sobre o assunto. Eu particularmente classifico filmes envolvendo o sobrenatural ou não, desde que envolva situações de terror para os personagens, que seriam situações de medo extremo. Algo nessa linha... vou formulhar melhor minha classificação e volto aqui... acabei de acordar... hehehe

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  21. Rodrigo, provavelmente você me classificaria entre as pessoas que abrem demais o leque, mas eu procuro não forçar a barra para tratar o horror como algo abrangente demais. Acho tão rico esse tema que não abro mão de determinados filmes que, mesmo não sendo propriamente de horror, contribuem muito para a discussão acerca do tema, o que para mim é mais valioso do que qualquer classificação técnica de gênero.

    Obviamente algumas regras devem ser seguidas, mas a intensidade do horror jamais deve ser uma delas, senão uma comédia leve de casa mal-assombrada jamais seria um "filme de horror", e não entendo por que não seria.

    Uma figura de imagem que uso é que muitas pessoas vêem o horror como um quartinho escondido numa casa, um lugar maldito, proibido, onde poucos se aventuram, enquanto que os demais quartos são mais prestigiados. Essa casa é o cinema, e o quartinho escuro são os filmes de horror.

    Eu prefiro imaginar que o cinema de horror é um hotel repleto de atrações, onde você pode se hospedar em inúmeros quartos, e em cada um desses experimentará uma sensação diferente, indo desde o susto inofensivo até as mais extremas situações de sofrimento e morte.

    Prefiro pensar assim, pois não aceito que "horror" seja apenas aquilo que causa uma sensação extrema de medo. A coisa é muito mais complexa. Essa maneira de pensar, aliás, é típica de um povo que não tem a cultura dos gêneros. Nas enciclopédias de cinema de horror estrangeiras, o leque de filmes é muito amplo; filmes que muito crítico brasileiro reluta em chamar de horror frequentam esses livros naturalmente.

    Só para dar um exemplo, praticamente nenhuma publicação brasileira classifica PSICOSE de horror (o que é uma piada, nada menos que isso). Nenhum livro estrangeiro sequer chama PSICOSE de thriller. É um filme de horror, com todos os elementos, todas as regras, praticamente um blueprint do gênero (é o filme que inaugurou o "horror moderno", apenas isso!).

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  22. (continuando...)

    Como falei, regras devem existir, claro, e uso a primeira hora da aula inicial do meu curso para determinar esses limites, para que o restante do curso flua sem maiores dúvidas. Os alunos costumam concordar com meus argumentos, hehehe...

    Seria longo demais expor tudo aqui, mas digamos que as regras básicas sejam: há a necessidade de que exista uma situação que confronte uma ou mais pessoas com alguma ameaça que não seja natural. Pode ser sobrenatural (vampiro, lobisomem, fantasma etc.) ou uma criatura que apresente um comportamento agressivo que contraria sua natureza (animais inexplicavelmente hostis, como pássaros, peixes ou bichos domésticos), ou que sejam naturalmente selvagens (ursos, leões), mas cuja ameaça seja explorada cinematicamente evocando essa situação extrema de perigo.

    É importante citarmos aqui o subgênero dos filmes de serial killer e psicopatas, que pode ser tratado como uma variação dos temas acima. O comportamento agressivo de um serial killer, uma pessoa que mata simplesmente pelo prazer do ato, é equivalente ao comportamento de um monstro sobrenatural (lobisomem, carniçal, vampiro...). Ele não mata por vingança, por lucro ou ganância. Geralmente, vítimas de serial killers são pessoas inocentes que sequer conhecem seu carrasco, tal qual as vítimas de monstros sobrenaturais.

    Um estilo de horror que inexplicavelmente (pelo menos para mim) costuma ser negligenciado por muita gente (em nome do tal "filme de suspense", muito mais respeitado) é o horror psicológico. De fato, é o estilo mais rico de horror (na minha opinião), pois geralmente são narrativas surreais que mostram a versão distorcida dos fatos a partir da mente do protagonista. São inúmeros os exemplos, vai desde O ILUMINADO e JANELA SECRETA até ESTRADA PERDIDA, NABOER ou DANIKA. Como expus acima, não consigo abrir mão desses filmes, pois estão entre os que mais contribuem para a discussão sobre O QUE É o horror; e o horror não precisa se manifestar com esquartejamentos e cabeças decepadas, como muita gente preferr pensar. O horror deve perturbar, e quando somos perturbados por coisas muito mais sutis, é quando o gênero atinge sua excelência.

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  23. Eu penso por aí também! As pessoas que abrem o leque que eu citei são pessoas que insistem em classificar suspenses em geral como filmes de horror ou "filmes românticos adolescentes" (pra não atrair este povo aqui não vou citar nomes) como horror. Desta forma fica complicado dizer o que é pois dilui a essência do gênero.

    Eu, particularmente, adoro horror psicológico, é muito mais complexo e difícil de se trabalhar do que um animal/monstro/pessoa matando.

    Eu ia comentar no meu texto justamente sobre Psicose. É difícil ver gente que tem o preconceito clássico com o gênero, classificar um filme do mestre Hitchcock neste "subgênero menor" que consideram o horror. Vale lembrar que é dele também Os Pássaros, outro filme que não é só de horror como também de um gênero dentro do gênero: animais descontrolados.

    O problema é explicar isso tudo. Se é difícil deixar isto claro pra os fãs, imagina pros detratores?

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  24. Ah, quanto a comédias tipo "A Casa Assombrada", "Deu a Louca nos Monstros" ou "Meus Vizinhos São Um Terror". Eu considero que são comédias de horror e não filmes de horror comédia. Não sei se deu pra entender... Mas são comédias com pitada de horror e não o contrário tipo um Evil Dead ou Fome Animal. Não os deixo de fora do gênero pois possuem elementos clássicos mas utilizados como pano de fundo e suporte para o principal que é a comédia.

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  25. Rodrigo, não acho que seja difícil explicar isso - tanto que desenvolvi esses cursos justamente porque adoro incendiar essas discussões! Provavelmente a dificuldade está nas pessoas pouco inteligentes e/ou teimosas demais para aceitar, entender e discutir o assunto.

    Sobre comédias de horror ou horror com comédia, até acho que você tem razão, mas não muda muita coisa. Continua filiando esses filmes ao gênero horror. MAD LOVE, por exemplo, tem inúmeras cenas de "alívio cômico" (que, aliás, prejudicam demais o filme). Isso era muito comum na época (décadas de 1930 e 40). Mas continua sendo um filme de horror, com momentos engraçados.

    Eu prefiro pensar que cada filme tem o direito de ser o que bem entende. Acabamos de ver, na postagem mais recente, uma comédia romântica de horror. ALIEN é horror com cenário de ficção científica; GHOST é um drama romântico com elementos de horror; RESIDENT EVIL mistura ação, horror e sci-fi em doses iguais.

    Pra mim, é tudo HORROR. Mesmo que os próprios diretores digam o contrário (Richard Donner diz que seu A PROFECIA é um "drama psicológico"... sem comentários!). Apesar de estudar a sério o gênero, sinceramente acho um troço cansativo e burocrático essa subdivisão de temas. Afinal, não se espera que um filme seja CRIATIVO e ORIGINAL? Que ele nos surpreenda e nos desafie a classificá-lo? Pois estou sempre pronto para receber essas novas formas de se fazer horror - e, como falei antes, isso só contribui na formação do gênero e na discussão acerca do horror.

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  26. Pois é... A dificuldade está mesmo em explicar isso para "pessoas pouco inteligentes e/ou teimosas demais para aceitar, entender e discutir o assunto", mas nesta classificação tem gente pra caramba!!!

    Eu também não sou fã de rótulos, gosto de rock, terror, cinema e quadrinhos. Coisas onde você vai perder muito se afunilar tudo pra um "subrótulo" apenas.

    Eu mesmo considero muitos filmes mais drama do que horror, mais comédia do que horror, mais ficção do que horror. Mas dentro dos elementos clássicos são horror e pronto.

    Justamente é aí que entra algo que gosto bastante que são os filmes de horror disfarçados. Por exemplo, muita gente torce o nariz pro terror mas adora Psicose ou até mesmo o Exorcista, este sim carregadíssimo de horror mas é um belo filme de drama. São estes filmes que acabam propagando gênero sem que os preconceituosos ao menos percebam que estão apreciando um filme do gênero.

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  27. Inclusive eu costumo dizer que O Exorcista é um filme de horror pra quem não gosta de filme de horror. Muita gente que vejo por aí diz que gosta e assiste filmes de horror mas quando questionados só conseguem citar Exorcista. Além do fascínio do tema, a carga dramática do início do filme envolve o espectador levando-o até o final onde o horror está mais explícito e a pessoa se envolve, gosta.

    Coisa que não aconteceria se tentasse assistir outro filme mais "puro" do gênero. Adoro quando isso acontece! :)

    Existem outros casos do tipo mas sempre comento do Exorcista nestes casos.

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  28. Eu não gosto de radicalismo cego, mas também não abro demais o leque. Em minha opinião, o horror/suspense deve sim causar desconforto, principalmente o psicológico. Gosto muito do horror que envolve paranóia, medo ancestral, enfim, esses sentimentos que perturbam nossas mentes com insinuações obscuras. E também gosto de gore, desde que não seja gratuito, apenas com a intenção de chocar a qualquer custo, tanto que nem curto muito cinema extremo, pois eu acho que o gore exagerado é/são “os efeitos especiais” do gênero: causa um certo desconforto visual sim, mas, às vezes, não passa de um artifício para desviar a atenção de um roteiro fraco e insípido. MURDER-SET-PIECES é um bom exemplo disso: até gosto do filme, mas sei que é só aquilo que está exposto ali, a sangueira absurda, e nada mais além disso; não existem as entrelinhas, não fazem a gente pensar. São filmes para se ver uma vez só e, no máximo, duas. Gosto quando o psicológico e o gore andam juntos (O ENIGMA DE OUTRO MUNDO), mas a ausência do gore também é bem-vinda como no caso de O EXORCISTA, O BEBÊ DE ROSEMARY, O ILUMINADO, WHO CAN KILL A CHILD, filmes de casas assombradas, etc que não precisam do artifício para assustar e mexem muito mais com o nosso inconsciente.

    Por outro lado, tendo essa opinião, não curto quando misturam promiscuamente horror com comédia, pois justamente corta-se esse efeito de choque. Eu não quero entrar em um trem-fantasma e me deparar com o Bento Carneiro, e sim com o Nosferatu. Não quero rir em um filme de horror, a não ser que seja um riso da minha própria demência com uma cena grotesca. Alguns filmes não são para entreter, e nesse ponto, o horror deve ser um campo intocável. Mas para não dizer que sou um rabugento e chato de galocha de todo, gosto muito de A DANÇA DOS VAMPIROS. Não sei se isso chega a ser uma pequena contradição, mas este é um filme que me deixa nostálgico, tem um belo visual, tem personagens memoráveis, e é claro, tem um final pessimista e a Sharon Tate, hehehe!
    Agora... Zumbis vegetarianos? Vampiros românticos? Demônios pacifistas? Múmias sapateadoras? Fantasmas camaradas? Não, obrigado. Também não gosto quando filmecos se levam a sério e ridicularizam do mesmo jeito, um gênero que curto desde molequinho. Para mim, horror é coisa séria!

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  29. Corbis, entendo sua argumentação, concordo parcialmente e principalmente respeito sua opinião, mas acho que aí existe uma confusão clássica: considerarmos o filme sendo ou não de horror a partir do que gostamos e/ou não gostamos. Não estou criticando e nem acho que você está errado, mas acho que quando se tem um compromisso quase 'científico' de definir o gênero, como é a minha obrigação, não posso me prender àquilo que QUERO ou NÃO QUERO que seja horror. Eu costuimava dizer que GHOST não é horror só porque é um filme cafona, romântico, brega, que eu não gosto. Mas é sim horror: há o fantasma maligno, há as cenas de susto, tem todos os elementos de um filme de horror, COMBINADOS com o drama romântico, espírita. Isso não o faz deixar de ser horror, assim como mistura de outros gêneros (ficção científica, faroeste, guerra) não faz que outros filmes deixem de ser horror.

    CREPÚSCULO, que parece ser o filme que todos querem dizer não ser horror, pela pieguice adolescente etc., é horror sim, mesmo que a gente não goste (podem me incluir na lista de detratores!). Da mesma maneira que A HORA DO ESPANTO continua sendo horror mesmo com todos os momentos engraçados. A gente pode até não apreciar esse tipo de coisa, mas isso não desvincula o filme ao gênero.

    Forçar a barra é quando alguns fãs de Lucio Fulci e companhia incluem filmes de Máfia ou faroestes, ou filmes policiais etc., como sendo "de horror", só porque são violentos. A violência faz parte do horror, obviamente, mas não é um elemento obrigatório no gênero; mais do que isso, não é exclusivo do horror. Essa parece ser a confusão mais comum.

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  30. Bom, eu não gosto de Rob Zombie, que é questão de gosto pessoal mesmo, mas é indiscutível que ele faz, mesmo que horrorosos, filmes de horror. Mas entendi sua explicação quanto a GHOST e CREPÚSCULO (ugh!), apesar de que ainda sou meio xiita quanto a isso, hehehe! A HORA DO ESPANTO já foi um filme que curti muito na adolescência, mas hoje em dia, não chega nem perto de um ranking meu de 100 melhores. Porém, o respeito continua e é inegável que se trata de um título, vamos dizer, indispensável para quem curte filmes de vampiros. Quanto a horror/comédia, também é gosto pessoal mesmo, não tenho nada contra (e nem a favor) e nem tento desvincular do gênero, mas não sou um consumidor deste estilo. Gosto mais do estilo adotado em O DIA DA BESTA, que é um humor negro mais ácido e mais sutil.

    Uma dúvida então, Carlos: O ESTRANHO SEM NOME e CAVALEIRO SOLITÁRIO, ambos de Clint Eastwood, são dois dos meus faroestes favoritos e abrem margem para várias interpretações. A minha, pelo menos, é que são dois filmes com alguns elementos sobrenaturais (o tema do espírito vingador), mas que não chegam a descambar diretamente para o horror explícito. O que você acha desses dois filmes?

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  31. Opa, não tinha lido o amável comentário do Jaime acima! Por incrível que pareça, domingo é um dos dias mais corridos aqui, pois sempre tem muita coisa acumulada pra fazer, e acabei lendo só os comentários mais novos na postagem, os que entraram no ar quando eu acessei o blog.

    Tenho poucos e muito bons amigos, e o Jaime certamente é um dos mais queridos. Jundiaí é uma cidade boa pra morar, mas nunca trabalhei aqui, definitivamente não é uma cidade que tenha mercado para as coisas que faço. Não tem revistas, os jornais são paupérrimos... Nunca planejei morar em São Paulo; porém concordo com o Jaime que muitas coisas facilitariam. No momento, não planejo nada, só cuidar de coisas imediatas, mas daqui a uns anos vou começar a estudar essa situação!

    Mais uma vez, muito obrigado pelas palavras simpáticas, que sempre me deixam feliz por ter amigos.

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  32. Parabéns pelos cursos! Conheço de perto a elaboração de cada um deles, e sei que são planejados com extrema dedicação. Certamente as aulas serão ótimas!

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